/ 14:3016:00 / Conversa + Performance

Como podem os museus passar de modelos de coleções ancorados nas ideias de propriedade, permanência e continuidade para uns que privilegiam as noções de interação, colaboração e partilha? & E se de-modernizássemos as instituições culturais?

Clara Kim, Sofía Hernández Chong Cuy, Rodrigo Saturnino & Mariana Pestana

Curadora Convidada

Clara Kim

Curadora Convidada

Sofía Hernández Chong Cuy

Speaker

Rodrigo Ribeiro Saturnino

Speaker

Mariana Pestana

Atendendo à natureza das coleções dos museus de arte moderna e contemporânea no contexto de discursos antirracistas e decoloniais, questionamos: como é que os museus adotam novos modelos e metodologias? Como podem as instituições responder à urgência de agendas sociopolíticas e apelar à ação da sociedade em geral? Como podem os museus passar dos modelos enraizados na propriedade, permanência e perpetuidade para modelos que privilegiam a interação, colaboração e partilha?
 

Como pode acontecer a de-modernização das instituições de arte contemporânea? Quais os modelos que podem ser replicados no ecossistema artístico? Devem as instituições e espaços de apresentação de arte olhar para os processos de outros sectores, além da cultura, onde estes estão em discussão e a decorrer? Que competências devem ser utilizadas para iniciar este processo? 

 

 

 

Clara Kim é Curadora Sénior The Daskalopoulos International Art na Tate Modern, onde é responsável pela investigação, aquisição e interpretação de arte de África, Ásia e Médio Oriente. O seu trabalho na Tate visa construir novas narrativas, historiografias e metodologias curatoriais sobre histórias de arte do pós-guerra que tracem ligações transnacionais/transculturais e explorem condições sócio-políticas moldadas pelo pós-colonialismo e ordem geopolítica para desafiar leituras canónicas. Também faz parte do Comité Director do Centro de Investigação Hyundai Tate: Transnacional. Além da Tate, Kim foi curadora da exposição Imagined Nations/Modern Utopias para a Bienal de Gwangju de 2018 e Condemned to be Modern para a iniciativa Pacific Standard Time da Fundação Getty em toda a cidade de Los Angeles em 2017. Kim ocupou múltiplos cargos curatoriais nas últimas duas décadas, incluindo Curadora Sénior de Artes Visuais no Walker Art Center (Minneapolis); Diretora de Galeria & Curadora na REDCAT/CalArts (Los Angeles), e Investigadora Sénior no Asian Cultural Complex (Gwangju, Coreia do Sul). Estudou História da Arte na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Universidade de Chicago.


Sofía Hernández Chong Cuy é Diretora no Kunstituut Melly em Roterdão, Países Baixos. Anteriormente, foi Curadora de Arte Contemporânea na Colección Patricia Phelps de Cisneros em Caracas e Nova Iorque, de 2011 a 2017. Em 2016-2017, foi Curadora Convidada no Museu de Artes do Bronx, em Nova Iorque. Em 2013, Sofia Hernández Chong Cuy foi Diretora Artística e Curadora da 9a Bienal do Mercosul | Porto Alegre no Brasil e agente cultural da dOCUMENTA(13) em Kassel. Foi Diretora do Museo Tamayo na Cidade do México e ocupou cargos de curadoria em Nova Iorque na Art in General and Americas Society. É também Conselheira da Fundación Alumnos47 na Cidade do México, e é Membro da Direção da Creative Time em Nova Iorque.


Rodrigo Saturnino. Sociólogo digital, artista visual e ativista gráfico. Doutorado em Sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Pós-Doutorado no Centro de Estudos da Comunicação e Sociedade do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho onde atualmente desenvolvo uma pesquisa sobre as plataformas digitais da Internet e o racismo algorítmico. Tem publicado em diversas revistas académicas e de divulgação científica no âmbito  nacional e internacional. Como artista visual desenvolve um trabalho com foco na crítica decolonial. Participou de diversas exposições coletivas e exibições a solo, como na Feira Gráfica de Lisboa (2020), na Casa do Capitão (2021) com Gisela Casimiro, no Espaço Damas com apoio da Dgartes (2021), no Festival Bairro em Festa do Largo Residências (2021), na Galeria Not a Museum (2021), no MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, além de participar de festivais e projetos, como por exemplo, o Festival Walk&Talk Açores 2020 e do projeto Comunidade enquanto Imunidade, com curadoria de Ana Cristina Cachola e apoio da Dgartes e do Projeto “Primeiro Rascunho” do Teatro do Bairro Alto, do Campo de Treino (2021), com curadoria do SOS Racismo, Jota Mombaça e Filipa César. É um dos membros-fundadores da UNA – União Negra das Artes. Atualmente encontra-se a desenvolver o cenário do projeto “Pê – Prefixo de Desumanização”, em conjunto com Cláudia Semedo, Gisela Casimiro, Kalaf Epalang, entre outros artistas. Está ainda a preparar um trabalho em conjunto com Gisela Casimiro para apresentação em Setembro nas Galerias Municipais de Lisboa.
 

Mariana Pestana (1982) vive e trabalha em Lisboa. É arquitecta, curadora e investigadora. Doutorada em Arquitectura pela Bartlett School of Architecture (2019), cria programas culturais como exposições, eventos e instalações e entre os quais The Future Starts Here (V&A, 2018) e Eco Visionários (Maat, Royal Academy e Matadero, 2018-19) ou a 5ª Bienal de Design de Istambul (2020-21).  É co-fundadora e directora do estúdio interdisciplinar The Decorators e Professora AuxiliarConvidada no Instituto Superior Técnico em Lisboa.