/ 17:3018:30 / Conversa

Como podem as instituições e os artistas trazer para o centro da discussão o pensamento feminista e desafiar as noções de identidade de género?

Bruna Roccasalva, Ana Cristina Cachola & Filipa Bossuet

Curadora Convidada

Bruna Roccasalva

Artista

Filipa Bossuet

Speaker

Ana Cristina Cachola

Qual é o papel da arte na abordagem da discriminação de género? Apesar das muitas iniciativas tomadas para gerar uma mudança estrutural, a discriminação de género ainda é uma realidade. Há muito a fazer para melhorar a igualdade das mulheres nas artes e na sociedade. Se a arte pretende ter um impacto real no compromisso para com a igualdade de género, qual é o seu papel na abordagem desta questão como uma prática distinta? Como podemos reforçar a contribuição fundamental da mulher para a cultura contemporânea? De que forma podemos explorar a noção de feminino nas artes? 

 

 

 


Bruna Roccasalva é Diretora Artística da Fondazione Furla. Na Fondazione Furla, está a cargo da curadoria de exposições organizadas em colaboração com as principais instituições de arte italianas: Nairy Baghramian. Misfit (2021) com GAM-Galleria d'Arte Moderna, Milão (2021); Haegue Yang: Tightrope Walking and Its Wordless Shadow com La Triennale, Milão (2018); e o programa de performance Time after Time, Space after Space (2017-2018) com o Museo del Novecento, Milão. Foi Editora da Revista L'Officiel Art (2016-2019) e editora da Peep-Hole Sheet (2009-2016). Antes de se juntar à Fondazione Furla em 2016, foi Diretora Fundadora e Curadora do Peep-Hole Art Center, um centro de arte contemporânea independente em Milão, que co-fundou em 2009 e onde desenvolveu projetos em parceria com várias instituições, tais como Kunsthalle Zürich, o Contemporary Art Center, Vilnius, CAC Centre d'Art Contemporain, Brétigny, Portikus, Frankfurt, Kunst Halle Sankt Gallen, FRAC Champagne Ardenne, Reims e CAG, Vancouver. Foi Coordenadora de Publicações na Mousse Publishing (2010-2011) e Curadora Associada no GAMeC - Galleria d'Arte Moderna e Contemporanea di Bergamo (2003-2009), onde colaborou em exposições individuais e coletivas, e em várias publicações, como as monografias de Alighiero Boetti e Giulio Paolini. Foi Professora de História da Arte Contemporânea no IED-Istituto Europeo di Design em Milão (2006).

 

Ana Cristina Cachola (1983, Elvas, PT) é curadora independente, professora universitária e escreve regularmente para publicações artísticas e académicas. É licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e mestre em Gestão Cultural pela Universidade Católica Portuguesa (UCP). É doutorada em Estudos de Cultura pela UCP, pesquisa financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Em 2016, obteve uma bolsa individual de pós-doutoramento, da mesma Fundação. Faz parte da equipa que lidera o projecto europeu 4Cs: from Conflict to Conviviality through Creativity and Culture, apoiado pela Europa Criativa. Foi curadora de exposições individuais e colectivas em instituições como o MAAT, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Galeria da Boavista (Lisboa), 50 Golborne (Londres), La Nave (Madrid), entre outras. É diretora artística do projeto Comunidade enquanto Imunidade e fundou e dirige o programa curatorial feminista Quéréla, em Lisboa, desde 2020. 


Utilizando a pintura, fotografia e vídeo experimental para retratar processos identitários, negritude, memória e cura, Filipa Bossuet é o culminar do interesse pelas artes, jornalismo e tudo o que a faça sentir viva. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, é discente no mestrado de Migrações, Inter-etnicidades e Transnacionalismo e é membro da União Negra das Artes. Desde a profissionalização do seu trabalho artístico, em 2020, conta com a realização e edição do vídeo sobre a performance “Coronas in the Sky, Not a Manifesto! an essay on Afrofuturism” de Melissa Rodrigues; participação nas exposições coletivas: “Linguagens e Identidades” do Festival Rama em Flor, “Kilombo” no Espaço Alkantara com a curadoria das Aurora Negra e “Linha Imaginária” no MU.SA (Museu das Artes de Sintra), em 2021. No mesmo ano, ilustrou o livro “Sempre que Acordo” de Lara Mesquita, capa da 1ª edição do Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, da Companhia de Teatro Cepa Torta. Desenvolveu ainda o conceito MANKAKA KADI KONDA KO que se ramifica, num primeiro momento, na sua primeira instalação a solo independente, em contexto virtual 360º,  de imersão ao espaço criativo físico e mental da artista. Em 2022, o conceito desenvolve-se numa segunda ramificação, em instalação física, presente na exposição “Interferências” no MAAT.